O PLANETA POP orgulha-se de apresentar "ACCIDENT & EMERGENCY", o novo vídeo de PATRICK WOLF. Este é o tema que antecipa a chegada de "THE MAGIC POSITION", o terceiro álbum da carreira deste talentoso compositor britânico, que está previsto chegar ao mercado apenas em Fevereiro de 2007. O single é colocado á venda a 23 de Outubro. ----------------------------------------------->
[OFF-TOPIC #1]:
O duplo-álbum ao vivo que os PET SHOP BOYS vão editar em Outubro mudou de título. O registo vai chamar-se "CONCRETE" e não "CONCERT", como chegou a ser anunciado. O que não mudou foi a sua data de lançamento, que continua prevista para o dia 23 de Outubro. Fica a informação.
[OFF-TOPIC #2]:
No último número da revista BLITZ, a que hoje chegou às bancas, um tal de MD (que eu não sei quem é, nem faço questão de saber) atribuiu 2/5 ao novo álbum dos THE RAPTURE. Nada contra. Ninguém é obrigado a gostar dos Nova-Iorquinos. No entanto, o mesmo MD dá 4/5 ao insuportável primeiro disco da não menos insuportável PARIS HILTON, 3/5 ao último atentado sonoro da CHRISTINA AGUILERA, 4/5 ao álbum de estreia dos NIGGA POISON, e 4/5 a "YEAH!", dos asquerosos DEF LEPPARD (a par dos Scorpions, provavelmente uma das piores bandas de toda a história da música popular).
O duplo-álbum ao vivo que os PET SHOP BOYS vão editar em Outubro mudou de título. O registo vai chamar-se "CONCRETE" e não "CONCERT", como chegou a ser anunciado. O que não mudou foi a sua data de lançamento, que continua prevista para o dia 23 de Outubro. Fica a informação.
[OFF-TOPIC #2]:
No último número da revista BLITZ, a que hoje chegou às bancas, um tal de MD (que eu não sei quem é, nem faço questão de saber) atribuiu 2/5 ao novo álbum dos THE RAPTURE. Nada contra. Ninguém é obrigado a gostar dos Nova-Iorquinos. No entanto, o mesmo MD dá 4/5 ao insuportável primeiro disco da não menos insuportável PARIS HILTON, 3/5 ao último atentado sonoro da CHRISTINA AGUILERA, 4/5 ao álbum de estreia dos NIGGA POISON, e 4/5 a "YEAH!", dos asquerosos DEF LEPPARD (a par dos Scorpions, provavelmente uma das piores bandas de toda a história da música popular).
Enfim, que dizer? São gostos. E gostos, como dizia um amigo meu, não se discutem...lamentam-se.
P.S. - E nem vale a pena comentar os 4/5 atribuidos na BLITZ às mais recentes obras-primas da BEYONCE, da FERGIE e do JUSTIN TIMBERLAKE. A legitimação artistíca desta "nova Pop" frívola e inócua, sustentada por quem pretende, à força, estar do lado certo da barricada, faz-me confusão, muita confusão...
20 comments:
1) a culpa nao e do tal MD mas sim do editor (ainda e aquela tal?) que lhe deu o disco
2) se calhar teem todos os discos numa pilha, vem uma pessoa e leva para casa os 10 de cima, quem sabe
3) tambem li aqui que fazem 80 discos por mes e que apenas alguns levam 2/5. parece que os rapture foi um deles
4) so pode ser a gozar. felizmente agora nem sequer tenho que ver a capa do blitz nas bancas
Claro, como o Justin Timberlake e a beyoncé fazem uma pop que não é influenciada nos Depeche Mode e nos Duran Duran só podem ser uma porcaria.
Vá lá que temos a sorte de ser contemporâneos desses nomes tão actuais e pertinentes como os grandes Performance (quem?) ou os muito promissores e sempre inventivos Kubichek (pois). Já para não referir o inegável talento dos She Wants Revenge.
Desculpa o tom irónico, mas se tu tens o direito de criticar a suposta legitimação artística de uma certa pop eu também tenho o dever de botar abaixo uma certa facção musical supostamente desse "lado certo da barricada" mas que não é mais que mera reciclagem de 4ª ou 5ª linha de produtos que, na origem, nem sempre são de aproveitar. E eu gosto muito dos Duran Duran.
Saudações.
Olá João,
é claro que tens o direito de criticar o que quiseres, quando quiseres, onde quiseres. Até mesmo neste Blog, desde que o faças com lisura e educação, como foi o caso.
Agora, se me permites, deixa-me que te esclareça em alguns pontos:
1) estás redondamente enganado quando afirmas que para mim a boa Pop é unicamente aquela que é influenciada pelos Depeche Mode ou Duran Duran. Desculpa João, mas isso é um perfeito disparate (sem ofensa) e só demonstra que não tens andado muito atento a este espaço!
Para que conste, até gostei de algumas das coisas em "Justified", do senhor Timbelake, e até considero o "Sexy Back" um grande single Pop. Pena o resto do disco ser lixo sofisticado de 2ª qualidade. Desculpa, mas é a minha opinião.
Quanto à Beyonce, se queres mesmo saber, adoro o "Crazy In love", gosto bastante do novo "Deja Vu" e mesmo de alguns temas do álbum, como são o caso do "Ge Me Bodied" e "Ring The Alarm". Mais uma vez, é uma pena o resto do disco não estar ao nível destas 3 faixas.
Também gosto ds U2, do DAVID BOWIE, dos BEASTIE BOYS, do BECK, do NITIN SAWHNEY, dos R.E.M., dos MANIC STREET PREACHERS ...eu sei lá, olha dos SPANK ROCK, dos KUDU, dos EDITORS, dos ARCADE FIRE, da MISSY ELLIOT, de algumas coisas da KELIS e da NELLY FURTADO... Não me parece que nenhum destes nomes deva alguma coisa aos Duran Duran ou aos Depeche Mode, mas enfim...
2) tanto os PERFORMANCE como os KUBICHEK foram apenas duas entre as muitas bandas que aqui "revelei" durante os 2 anos de existência deste Blog. Nunca escrevi que eram a 8ª maravilha do mundo ou que um dia iriam vender milhões de discos. Também nunca aqui escrevi que estas eram as bandas mais originais do mundo ou que eram nomes actuais ou pertinentes do que quer que seja. São apenas duas bandas novas que precisam e merecem divulgação. Não gostaste? Paciência. Estás no teu direito.
3) Quando á questão do inegável talento dos SHE WANTS REVENGE...bem, é verdade, também não são a banda mais original do mundo (como se isso importasse para alguma coisa, mas enfim...), mas pelos menos escrevem as suas próprias músicas. A Beyonce e o Justino não podem dizer o mesmo. Se têm talento ou não, bem, na minha perspectiva, até para se saber copiar é preciso ter talento.
4) "uma certa facção musical (...) que não é mais que mera reciclagem de 4ª ou 5ª linha de produtos que, na origem, nem sempre são de aproveitar."
Pois, isso agora é relativo. Ou não? Tu, provavelmente, és da opinião que bandas como os DEPECHE MODE, NEW ORDER, OMD, HUMAN LEAGUE, THE SOUND, THE CURE, CHAMELEONS, DEVO, THE B-52's, SEX PISTOLS, JOY DIVISON,JESUS & MARY CHAIN, BAUHAUS, SIOUXSIE & THE BANSHEES, GANG OF FOUR, etc. etc, não são de aproveitar. Pois eu penso exactamente o contrário (penso que já estava na altura de se deixar de copiar eternamente os Beatles, os Kinks e os Stones, ou não?). Felizmente, há quem pense como eu, caso contrário não terias, como tens, uma série de gente a seguir-lhes os passos 20 e tal anos depois. Deduzo que seja porque esta gente, no seu tempo, deve ter feito alguma coisa bem? Certo? E, já agora, lanço a questão: será que daqui a 20 anos vamos estar a dizer o mesmo da BEYONCE, do TIMBERLAKE e afins? Não sou futurologista, mas eu duvido. Aliás, vá lá, confessa, há quanto tempo não colocas o CD do "Justified" na aparelhagem?
Só para terminar, queria dizer-te que também estás equívocado no seguinte: este não é o "lado certo da barricada"! E não-o é há muito, caro João. Mas isso, na verdade, nada importa...
1 GRANDE ABRAÇO.
Volta sempre.
Em relação ao OT2, já não há como disfarçar. A passagem foi mesmo de Blitz para blitzinha, na qual a educação e o "musicalmente" (que não politicamente) correcto imperam. É pena, porque Portugal precisava (e nós também) de uma edição musical que saísse um pouco do mainstream. Eu se quisesse ler críticas musicais inócuas, e notas a álbuns dadas na base da boa-educação, já podia ler a parte de música da FHM e da Maxmen, não precisava desta Blitz.
sublinho tudo o que disseste no offtopic#2...(embora haja gostos mais discutiveis que outros:D)
o pior blog do mundo
www.minhasharona.blogspot.com
Não me querendo meter ao barulho, só uma coisa: porque é que eu (ou outra pessoa qualquer) se vai preocupar se daqui a 10/20 anos vai continuar a gostar da Beyoncé ou do Justin? Eu, agora, neste preciso momento gosto, e é isso que realmente me interessa. No futuro? Não faço a mínima, a música será diferente, eu serei diferente, não sei se continuarei a gostar, talvez sim, talvez nao, não sei, nem quero saber. Agora gosto muito do novo cd do Justin (e o da Beyoncé também está bom) e para mim nada mais importa.
Spaceboy,
compreendo o teu ponto de vista. Nem posso dizer que discordo dele.
Há, de facto, muita coisa que gosto hoje que não gostava quando tinha 15 anos. Também há algumas coisas que ouvia com 15 anos que não ouço hoje. Agora, garanto-te o seguinte: a boa música sobreviveu. As coisas boas que ouvia em miúdo continuo a ouvi-las hoje em dia. E, se queres mesmo saber, dá-me um enorme gozo constatar que muita dessa música sobreviveu. Faz-me sentir que, de alguma forma, na altura, eu tinha razão. Acredita, 20 e tal anos depois, ninguém ia querer "imitar" os Joy Division, os Duran Duran ou os Depeche Mode, por exemplo, se estas bandas não tivessem feito algo com valor.
Como é óbvio, eu próprio reconheço que com 15 anos também queria viver o momento, sem pensar no futuro. É mesmo assim. É tipico da idade. Com 15 não se pensa no futuro.
Hoje em dia, é diferente. Admito que sou mais cuidadoso com os discos que ouço e compro. Se dou 20 Euros por um CD quero ter a certeza que o vou ouvir por muito tempo. Talvez essa seja a razão porque actualmente compro mais CDs de discos "clássicos", daqueles que resistiram ao tempo, do que coisas novas, de bandas novas, que daqui a 15 dias já podem nem existir.
Já levo quase 30 anos a ouvir música. Assisti a muitas modas, muitas tendências. Passaram-me muitos discos pelos ouvidos. Vi muitas bandas ser colocadas nos píncaros e depois desaparecerem sem deixar rasto. É por isso que me custa a engolir certos "hypes", certas modas passageiras e embarcar em determiandas euforias.
Hoje posso afirmar, com segurança, que as pessoas vivem e valorizam demasiado o momento. Não há presente sem passado, caro amigo. As Beyonces e os Timberlakes não surgiram do nada e não inventaram nada. O que ambos fazem é adaptar e actualizar modelos há muito testados. Aquilo que ambos fazem já foi feito mil vezes melhor no passado por gente como Prince, Michael Jackson, Aretha Franklin, James Brown, Surpremes, Marvin Gaye e por aí fora. Essa a arazão porque eu acho que a Beyonce ou o Timberlake não vão resistir ao tempo. Isso é importante? Pois, não sei, depende do ponto de vista. E depende também de como se gosta de música e da forma como se pretende que a música faça parte da nossa vida.
Cheers
Na minha opinião música instantanea,música para apenas consumo imediato esgota-se rapidamente. Sim, eh verdade que dá prazer no momento, não nego que também a ouço(beyonce, justin, aguilera..), mas é também verdade k a considero "vazia". Não traz nada de novo, músicas onde não se vê particular talento..basta ter um bom e forte refrão e pronto...esta apta a passar nas principais playlists das radios. São essencialmente músicas das quais nos cansamos rapidamente, e onde n vemos inovaçao..não nos surpreende. Gostos musicais sao discutiveis, e a cultura dos mesmos difere imenso dentro da população, e secalhar é por isso que não consigo elogiar muito esse tipo de musica. Apostar em algo inovador, algo nunca feito, ou então apenas em alguem onde se vê talento - musicas bem compstas, instrumental soberba, vozes fantasticas - é de louvar, é de arriscar. Valores muito altos se levantam, mas mantêm-se no meio da torre..não para todos, mas para quem quer tentar..Concordo com muito do que disseste astronauta, e devo subscrever o teu desagrado com a blitz. cumprimentos e continua o bom blog
strumer
Só queria dizer que concordo com tudo o que foi dito por si em relação à revista Blitz, só não concordo com a expressão "á força". Escreve-se: "À força". Espero que seja corrigido o mais rapidamente possível. Obrigado!
Paulinho
Paulinho,
obrigado pelo reparo. É sempre bom saber que desse lado há alguém atento a estas coisas. Este tipo de lapsos acontecem e vão continuar a acontecer. Tenho por hábito escrever os meus "posts" um pouco à pressa, sem grande tempo para revisões, pelo que é natural que por vezes surja uma ou outra gralha. Como se não bastasse, sou um pouco disléxico/trapalhão, o que complica ainda mais as coisas...eh...eh...
Abraços
Caro, criei um novo blog para o bar onde sou DJ - www.altobar.blogspot.com - se puderes, faz um link e espalha a palavra!
Abraço grande,
Ginçalo.
Gostei de saber que o grande Patrick Wolf vai editar um novo disco e de conhecer o single. Obrigado! (gostei tanto que fiz um link no meu blogue para este post...)
Quanto às impressionantes críticas na Blitz não posso estar mais de acordo com essa bela frase: "gostos não se discutem, lamentam-se."
Excelente tema! Excelente vídeo.
Chamaste ao homem Patrick Wold no título do vídeo.
O Blitz está a ficar um bocado como a Playboy. O pessoal compra para ver as fotos. Quando é que começam a incluir autocolantes do Bono e da Beyonce para a malta? Mas acho que esse é mesmo o público alvo do novo Blitz e não o pessoal das Belas Artes e estudantes de LEtras e Filosofia e mais os chatos que têm tempo para fazer e ler blogues.
Ao contrário do que possam pensar, a música pop não acabou nos anos 80. O novo disco dos Rapture é um disco balofo, inconsequente e, não o neguemos, extremamente aborrecido. O que não quer dizer que os Rapture sejam maus (tenho a certeza de que não é essa a opinião do MD). Acho ridículo ainda se usar o argumento de "não gosta disto, mas gosta disto" e de "pop a sério vs. pop a fingir" em pleno século XXI. É só música, por amor de Deus. As Ronettes eram piores por terem o Phil Spector a fazer tudo? Não. O Justin Timberlake não é pior por ter o Timbaland a fazer (quase) tudo. E até escreve um bocado das suas próprias letras (horríveis, diga-se de passagem). O que não invalida que "My Love" seja um single absolutamente enorme, obviamente. E os She Wants Revenge...bem, prefiro achar que são uma piada e espero a qualquer momento a conferência de imprensa que confirmará isso.
Saudações.
Caro anónimo,
ao contrário do que possa pensar, ninguém aqui acredita que a música pop acabou nos anos 80. Muito pelo contrário.
Quanto ao novo disco dos Rapture, admito que está uns furos abaixo do anterior "Echoes", agora não o acho balofo, inconsequente e muito menos aborrecido. Isso é precisamente o que eu penso dos novos discos do Timberlake, da Christina Aguilera e dessa enorme nulidade chamada Paris Hilton (dos Def Leppard recuso-me a tecer mais comentários...). Mas esta é apenas a minha opinião. Uma opinião diferente da do MD, mas somente uma opinião. Quem quiser concorda com ela, quem não quiser não concorda.
Quanto a essa questão da "pop séria vs pop a fingir", não vejo as coisas dessa forma. Para mim não existe essas "Pop séria" nem "Pop a fingir". Exite apenas Pop....Pop boa e Pop má. Eu tenho os meus critérios em relação ao que considero boa e má Pop. O MD tem os dele. Você terá os seus. É natural que assim seja. Nos meus critérios de boa Pop não cabe o "My love", do Justino. Lamento, mas não cabe mesmo. Não me leve a mal. Esta é apenas a minha opinião. Dentro do género, penso que há muito, mas mesmo muito melhor por aí...
Quanto aos She Wants Revenge, o mais certo é que se tivessem sido produzidos pelos Neptunes ou pelo Timbaland (que, curiosamente, em recentes declarações à Billboard considera o actual hip-hop aborrecido e a soar todo ao mesmo) se calhar muitos dos que hoje lhes cospem em cima estavam a tecer-lhes os mais rasgados elogios. Como não o foram e como recuperam modelos Pop de outros tempos, levam porradinha! Pior ainda, são acusados de oportunistas. Quando todos nós sabemos que se quisessem realmente ser oportunistas bastava ter convidado oum dos produtores da moda para trabalhar no seu disco...
Cheers!
P.S. - As Ronettes eram engraçadas, mas prefiro as Shangri-Las e as Supremes.
O que eu quero dizer é que, caso os She Wants Revenge fossem produzidos pelo Timbaland, soariam bem melhor do que aquilo a que soam hoje em dia. O concerto deles no Lisboa Soundz foi das piores coisas que vi em toda a minha vida, e eu vou praticamente todas as semanas a concertos e já vi os Black Eyed Peas, o Lenny Kravitz e a Juliette Lewis ao vivo, por isso sei do que falo. Um espectáculo triste, muito triste. É curioso falar disso, o Timbaland, através dos singles da Nelly Furtado e do disco do Justin Timberlake, está a conseguir trazer, pela primeira vez desde há muito tempo, os anos 80 para os anos 2000. Mas, contudo, não soa a uma pilhagem inconsequente do som, a uma emulação automática e deprimente do mesmo, como metade das bandas que para aí andam. Há alguma coisa nova, as batidas, as camadas de produção, etc. Tal como os Outkast (pronto, os Organized Noise, não se vá argumentar que os Outkast não fazem a própria música) a pegar nos blues e noutras músicas do sul de há muitos, muitos anos para a banda sonora do Idlewild (que nem é grande coisa). Há um ano e tal, o Simon Reynolds dizia ao José Marmeleira que o James Murphy pegar no Brian Eno para fechar o disco de LCD Soundsystem não era bem a mesma coisa que o Kanye West pegar na Shirley Bassey para fazer o "Diamonds (From Sierra Leone)", que soava mais fresco. Talvez seja das máquinas e das técnicas usadas, das batidas, sei lá, há, muitas vezes, algo de novo adicionado que não vejo noutras bandas que escrevem as suas próprias músicas e as tocam (considero os Bravery particularmente ofensivos, outros para o rol de maus concertos que vi na minha vida, é algo tão cheio de pose e sem qualquer substância, como os White Rose Movement ou assim, que se torna deprimente, e não o escrever ou não a própria música não é para aqui chamado). Na minha opinião, é perfeitamente possível haver algo bom e fresco e melhor numa pop que supostamente é feita em linhas de montagem (algo que não acontece propriamente com o Timbaland, ele é um artista e vai sempre avançando, as produções dele de há dez anos não soam àquilo a que soam as produções dele deste ano, muito mais que as dos Neptunes, que de vez em quando, quando não acertam bem, fazem a mesma coisa de sempre ou imitam o Timbo) e é toda igual. Isso não faz dos fãs ou de quem aprecia minimamente a música que daí vem mais ou menos fãs de música. A Paris Hilton não é menos música que os Joy Division (apesar de eu a odiar e não ter qualquer interesse em conhecer a sua obra musical para além do single que está ao nível do pop-reggae do Tiago que era dos Morangos com Açúcar e lançou um disco). Quanto aos Rapture (e não me apetece escrever por parágrafos), este disco foi uma desilusão. Gosto do single, mais ou menos, mas falta-lhes a loucura que os caracterizava. O não saberem tocar, o sangue na guelra, coisa que já não têm, de todo. O disco é Talking Heads em versão muito má, até eles parecem não se estar a divertir e estar em piloto automático. E esperava muito mais, justamente por ter gostado moderadamente do Echoes (não era um grande disco, tinha grandes temas) e por ser fã do Danger Mouse (nem sei o que é que ele anda lá a fazer).
(peço desculpa por qualquer bocado de agressividade que pareça vir das minhas palavras, não é, de todo, essa a minha intenção)
Saudações (e desta vez assino, ontem esqueci-me de fazê-lo)
Hello Ladies Love (obrigado por ter assinado. Chateia-me um pouco falar para "anónimos"...),
já deu para perceber que ambos temos opiniões bem definidas e sensibilidades distintas. O que é bom. E também já deu para perceber que apesar desta até estar a ser uma “discussão”/conversa bastante estimulante, esta troca de comentários não passará disso mesmo, pois não parece que algum de nós vá mudar a sua opinião. Fazendo minhas as palavras do próprio Timbaland (que eu até admiro bastante e por isso gosto tanto da Missy Elliot ou do “Maneater”, da Nelly...), considero a maioria da actual produção hip-hop/r'n'b chata, balofa, inconsequente, desinteressante e a soar toda ao mesmo. Ou seja, muita pose, muitos rabiosques a abanar, muita jóia, muitos fatos Armani e pouca ou nenhuma substância. E basta olhar para uma figurinha como Kanye West para se perceber isso mesmo. Aliás, e já que falou em actuações deprimentes, repito o que escrevi aqui um dia destes a propósito de uma conversa parecida com esta: nunca, em toda a minha vida, vi nada tão deprimente e aterrador como a actuação desse Deus do hip-hop a interpretar o tema principal do Missão Impossível 3 no programa do Jay Leno. Queira desculpar-me, já tenho 36 anitos, já assisti a muitos concertos, já passou muita coisa por estes ouvidos e não me recordo de nada tão medíocre. E sim, já estou a contar com o concerto dos D'ZRT na TVI ... Essa actuação sim, foi ofensiva para os meus ouvidos. Se é esta a “nova-Pop” que deveria ser suposto eu aclamar para parecer “jovem”, “moderno” e em sintonia com o tempo em que vivemos, então prefiro continuar a ouvir os The Bravery, os She Wants Revenge e afins. Já que falo deles, aproveito para deixar claro o seguinte: não compreendo esta animosidade patética e forçada para com estas bandas. Entendo que não se goste delas. Isso parece-me normal, como me parece normal não se gostar do que quer que seja. Agora, parece-me absurdo pegar em argumentos como o “não trazem nada de novo” e “limitam-se a copiar os seus ídolos” para justificar gostos e sensibilidades diferentes. Não trazem nada de novo? E depois? E os Oasis, que construíram uma carreira a pilhar os Beatles e os Stones, trouxeram? E os Blur (que eu adoro), que se fartaram de “roubar” os Kinks e os XTC, trouxeram? E os Suede (de quem eu gosto bastante) que copiaram os Smiths, o Bowie e os T-Rex até à exaustão, trouxeram? E, no entanto, nunca levaram a porradinha de uns Bravery ou de uns She Wants Revenge. Nunca ninguém lhes chamou copistas! Porque será? Por outro lado, e porque o deveriam fazer? É normal os músicos reflectirem no seu trabalho as influencias da música que apreciam. Sempre foi assim e sempre será. Essa ideia de que a música para ser boa tem soar a nova, diferente e quebrar barreiras é das coisas mais ridículas que ouvi em toda a minha vida. Dou-lhe um exemplo que até é bastante caro para mim: a BJORK tentou tanto ser diferente nos seus dois últimos álbuns e veja bem a merda que dali saiu..
“... o Timbaland, através dos singles da Nelly Furtado e do disco do Justin Timberlake, está a conseguir trazer, pela primeira vez desde há muito tempo, os anos 80 para os anos 2000”, desculpe, esta não consegui perceber. Só posso depreender que não ouviu nenhum dos 2 discos dos Junior Boys. E, pelos vistos, também não ouviu com atenção o disco de estreia dos LCD Soundsystem. Ou, por exemplo, o disco dos Kudu...A sério, não me leve a mal, mas não percebi. Problema meu, certamente.
“A Paris Hilton não é menos música que os Joy Division”. Tem razão. Nem os Toranja. Nem o Quim Barreiros.. Assim como os Bravery não são menos música que os Outkast. Certo?
“Na minha opinião, é perfeitamente possível haver algo bom e fresco e melhor numa pop que supostamente é feita em linhas de montagem...”. Inteiramente de acordo. Pena que nos anos 80 não houvesse mais gente a defender essa ideia. Principalmente muitos daqueles que ainda hoje andam por aí a escrever sobre música...
Por fim, ainda os Rapture. Agora que me recordou o facto de Danger Mouse ter produzido alguns temas do novo disco (a sério, não me lembrava), começo a perceber o porquê deste ser bem inferior ao anterior “Echoes”....eh eh...
NOTA - Ladies Love, quando defendemos as nossas opiniões com convicção e paixão, é natural que transpareça alguma “agressividade” que pode ser mal interpretada pelos outros. Não foi o caso. Espero que também não interprete mal as minhas palavras.
Abraços. Volte sempre.
É justamente por aí (pela parte da introdução e da nota). Quanto ao resto: os Blur cedo conseguiram ultrapassar este estigma, e alargar os seus horizontes de uma forma magistral que nenhuma das outras duas bandas conseguiu. Mas mesmo os Oasis ou Suede (não suporto nenhuma delas) conseguiram, através das referências e da cópia, delinear uma certa personalidade que não me parece possível de encontrar nos Bravery ou nos She Wants Revenge. Não vi tal actuação do Kanye West, mas vi-o ao vivo e ele cumpre e bem (mesmo não sendo grande rapper, sabe utilizar as suas limitações da melhor forma para atingir os seus propósitos). Estava, de facto, a ignorar os LCD Soundsystem (dos quais sou fã absoluto), os Junior Boys e os Kudu (ambos projectos que respeito mas que não me dizem absolutamente nada em particular), e estava a falar de outro contexto diferente, do contexto Bravery-etc. Para uma pessoa com MTV2 em casa, basta ver que há revivalismos (não tenho nada contra eles, há bandas revivalistas que acabaram por ser bastante boas, de um certo ponto de vista podemos dizer que os Jesus & Mary Chain eram uma banda revivalista, queriam recriar a pop das décadas anteriores, com uma escrita de canções de linhagem clássica, só que com muralhas e muralhas de feedback por detrás de tudo) que já deram absolutamente tudo o que já tinham a dar. Cadáveres putrefactos que continuam a atormentar os meus ouvidos e a minha televisão. Não é desculpa terem boas referências ou "não serem assim tão maus", ou "serem suficientes", como os Killers ou coisa que o valha. "Não são tão maus quanto..." ou algo parecido não é desculpa. Claro que, obviamente, não tenho nada contra quem gosta deles. Quanto ao Danger Mouse, acho que as piores coisas que ouvi dele foram o disco dos Rapture e uma remistura dos Neutral Milk Hotel (uma das minhas bandas favoritas de todo o sempre), o que prova que, fora do contexto da música urbana, ele não é assim tão bom.
Saudações,
Rodrigo
Olá Rodrigo,
isto é como diz o povão: "cada cabeça sua sentença". Eu estou tão certo ou tão errado como está o Rodrigo. Nada nem ninguém abalará as minhas convicções construídas ao longo de quase 3 décadas a ouvir todo o tipo de música.
Apesar de ter descoberto o rap/hip-hop no início da década de 80, com os Afrika Bambaataa, Grandmaster Flash, Malcolm Maclaren (sim, esse mesmo...), Rock Steady Crew e, mais tarde, Public Enemy, De La Soul, Run DMC, Beastie Boys e toda essa gente, não tenho problemas em afirmar que o hip-hop que hoje se faz é mau e pouco ou nada me diz. Claro que há excepções. Reconheço a excelência de algumas das produções do Timbaland e de outros. Agora, 99% do que por aí anda, no meu entender, é lixo absoluto que teima "em atormentar os meus ouvidos e a minha televisão". Do Kanye West nem adianta acrescentar mais uma palavra, uma vez que, musicalmente, esse senhor para mim vale menos que zero! Portanto, qualquer discussão à volta do suposto valor do Kanye West é, para mim, redundante e absolutamente inútil. E pouco me importa que a maioria dos críticos digam o contrário. Aliás, esta recente bajulação e unanimidade à volta dos Kanye Wests do hip-hop actual só me faz lembrar os anos 90, quando ficava bem aclamar os Portishead, o Tricky, os Massive Attack, os Kruder & Dorfmeister (esclareça-se que sou admirador de todos os nomes atrás citados...) e todos aqueles chatos de Viena. Que é feito da maioria deles, pergunto eu? Pois...
Rodrigo, ao contrário do que possa dar a entender, nada tenho contra o hip-hop. Muito pelo contrário, pois como já referi, cresci com ele. Assim como nada tenho contra (quase) nenhum género musical. Apesar de odiar heavy-metal, sou até capaz de apreciar um ou outro tema dos Metallica, por exemplo. A música ou me toca, ou não. Ou mexe comigo, ou não. Tão simples quanto isso. Quando ouço algo que me cativa, pouco me interessa se aquilo já foi feito ou se estava por fazer, se soa a novo ou a velho, se é revivalista ou o raio que o parta. E, muito menos, se os criticos gostam ou não. Não perco tempo a desconstruir aquilo que ouço e em análises estéreis e inconsequentes que nada têm a ver com música. Deixo essa masturbação mental para outros. Claro que gosto de pensar a música e de "discutir" sobre música, mas nunca me questiono porque gosto do que gosto...ou porque há coisas que não suporto. Isso não me impede de questionar o gosto dos outros, da mesma forma que não me incomoda que os outros questionem as minhas opções. Afinal, já sou suficientemente crescidinho para saber lidar com opiniões distintas das minhas. Aceito todo o tipo de opiniões, desde que bem fundamentadas. Infelizmente, na maioria das vezes não o são...
O seu caso foi uma excepção.
Abraços
Fora do tópico de discussão (subscrevo a maior parte das coisas que são ditas aí): há que admitir que gente como o Timbaland diz que 90% da produção actual de hip-hop/r'n'b é má porque também tem a parte de "eu sou melhor que os outros" que tem de fazer sempre parte do discurso dessa gente (quantos rappers - alguns que eu adoro - passam a vida a dizer que são os melhores?). O que não invalida que se façam coisas muito más (não percebo toda a histeria à volta de gente como Young Jeezy ou Juelz Santana e toda a cena do coke-rap, apesar de adorar alguns discos de hip-hop deste ano), também há coisas muito boas para compensar. E depois, devo dizer que no outro dia me lembrei de dois exemplos de revivalistas que tentaram alargar a sua paleta e se espalharam (quase) ao comprido (este ano, ainda por cima): Strokes e Jurassic 5. Não funciona, a meu ver (e ouvir, se bem que no caso dos Strokes haja dois ou três temas bem bons no último disco, aquela mania de variar as guitarras e adicionar-lhes efeitos novos e brincadeiras novas estraga quase sempre tudo). Sempre adorei os Jurassic 5 e o tema com o Dave Matthews é absolutamente penoso. Já agora (e um bocado em jeito de provocação), deixo um texto de um dos meus escribas favoritos que traça um paralelo entre os Def Leppard (banda odiada por esses lados) e os Killers (banda elogiada por esses lados): http://www.villagevoice.com/blogs/statusainthood/archives/2006/10/the_killers_not.php. Há que dizer que não sou propriamente fã de nenhuma delas, é só mesmo uma provocação.
Concordo com a música ter de nos dizer alguma coisa, mas isso acontece-me até com música feita em linhas de montagem. O riff dos Meters samplado pelo Rich Harrison no "1-Thing" da Amerie faz-me saltar e dançar tão fortemente quanto qualquer coisa que alguma vez tenha saído da guitarra de Johnny Marr (e os Smiths são das minhas bandas favoritas de sempre), para dar um exemplo.
Era só isto.
Abraços,
Rodrigo
P.S. Apesar de ser apenas uma criança, conheço a seguinte frase: "Buffalo girls go round the outside, round the outside", mas se calhar até preferia não conhecer (até por causa do vídeo, square-dancing não é, definitivamente, a minha cena).
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