Os UNION OF KNIVES (banda Escocesa que apresentei aqui) têm um novo single. "OPERATED ON" chega amanhã, dia 4, às lojas britânicas, não estando, para já, prevista a sua edição por estes lados. Este é mais um tema extraído de "Violence and Birdsong", o álbum de estreia do trio, que foi editado no Reino Unido a 14 de Agosto. Por cá, infelizmente, ninguém deu pela sua existência. Quem sabe, se os UNION OF KNIVES fizessem dubstep e discos tão enfadonhos como, por exemplo, o inflamado "Memories Of The Future", dos Kode 9 & The Spaceape (que muito bem espremidinho, rende pouco mais que 2 ou 3 momentos dignos de interesse...), talvez os críticos da nossa praça lhe prestassem a atenção merecida. Como não é esse o caso, vamos esperar que alguém...ACORDE!
O vídeo de "OPERATED ON" pode e deve ser visto aqui ao lado, na secção PLANETA-IMAGEM. ---->
P.S. - Oh, não...Heresia! Blasfémia! Sacrilégio! Atrevi-me a pôr em causa a (suposta) genialidade dessa obra-prima inagualável e inatingível chamada "Memories Of The Future", da autoria dos visonários Kode 9 & The Spaceape. Pronto, agora é que o Vitor Belanciano nunca mais volta a põr aqui os pés...
17 comments:
ódios de estimação mais inutéis que em nada dignificam a palavra MÚSICA.
O disco do Kode9 & The Spaceape é uma obra-prima, e só tenho isto a dizer.
Amigo Spaceboy,
eu sei que gostas do disco e sabes que respeito as tuas opiniões, mas daí até este ser uma obra-prima vai uma grande, GIGANTESCA distância. Não é nem nunca o será. Não tenho qualquer dúvida disso. O "Memories Of The Future" é apenas um disco engraçado...Tão engraçado como era, por exemplo, o "Timeless", do Goldie, em meados de 90, que apesar de ser um bom disco, não é nem nunca foi a obra-prima que na altura muitos quiseram fazer dele. Percebes onde quero chegar? Os criticos adoram colocar no altar tudo o que soa a "novo" só porque soa...a "novo". Já estou velho para seguidismos. Ao longo da minha vida, fartei-me de ver discos ser aclamados como obras-primas de que hoje ninguém se lembra. Os exemplos são às dezenas...O disco dos Kode9 & Spaceape será só mais um. Daqui a 1 ano estará à venda na Carbono por €5...e se calhar ninguém lhe pegará, pois já não será "novo", já não vai estar na "moda"...Lamento, já perdi a paciênia para essas euforias criadas por meia-dúzia de "iluminados"...Cheers!
Queria apenas esclarecer, que não existem quaisquer "ódios de estimação"! Existem apenas diferenças e incompatibilidades. Nada mais. Lamento que algumas pessoas confundam as coisas. Assim como lamento que algumas pessoas não tenham capacidade para encaixar as criticas e opiniões distintas das suas. Neste país parece que há (em todas as áreas, diga-se) uma série de sumidades que ninguém se atreve a colocar em causa. Pois, recuso-me a alinhar nesse "nacionaloporreirismo"! Está feito o esclarecimento.
hummm!gosto deste rapaz do espaço...
Digo-te com sinceridade (e com frontalidade, como diria o Paulo Bento) que pouco de polémica desperta-me interesse, Astronauta. Concordo inteiramente contigo quando falas nesse sururu todo em torno de discos considerados obras primas. Para o serem, terão que passar o teste do tempo, ou seja, que se consagrem sem a inflação do factor novidade. Não estou a apontar o caso específico de "Memories of the Future", mas lembro-me de outros casos. Eu próprio incorri nesse erro no passado, com discos que considerei geniais na altura mas agora tenho outra opinião.
Meu Deus! Kode 9 pode n ser uma obra prima (ainda n ouvi o album por inteiro).. mas alguém queixar-se q se os Union of knives fossem dubstep seriam notados? Conversa de café.
E para mim o pior desta converseta ainda é saber que no fundo os Union seguiram um caminho que sabiam vulgar precisamente pq vulgar hoje em dia vende e até cai bem, vem formatado, é só pagar e encaixar.Nada disto seria novo se não estivessemos a falar de musiquinhas pop com introduçõezinhas "ai-sou-tão-de-vanguarda" ou coisas supostamente alternativas.
Pelo menos os Kode 9 facturam num género que ajudaram a conceber do zero, com qualidade e empenho. Que produziu obras primas (sim.. podem ser chamadas de obras primas sim) e que mostrou a inércia das pessoas.
Só na cabeça destes nautas é que na hyperdub ou tempa se fez novo apenas para se poder apelidar de novo (o q já não seria pouco).
Quando os sempre tão amados Joy Division surgiram não tiveram que aturar a resistência de gente "sem paciência-extremamente vivida nesta coisa de ouvir discos" ? Eu não estava lá.. mas duvido que me respondam que não. E curiosamente tb fizeram um cruzamento com ambientes e técnicas dub..
Tentei não ofender!Gostos são gostos e isto são apenas opiniões.
Duvido se o disco dos union of knifes também não estiver a 5€ na Carbono daqui a 2 meses...não é de estranhar...aliás se muita da música que hoje se consume por muitos melomanos tivesse MESMO que ser comprada, bem!!...não existiam os supostos melomanos que existem, juntamente com os magotes de djs...ou tocadiscos ou passa discos como lhes quizerem chamar (ou como se autointitulam como escapatória à responsabilidade que é colocar música para um público.)...sim os discos são caros , eu sei, mas basta esperarem um bocadinho que eles vão para a carbono uns meses mais tarde...será que ainda os queres?...vivemos em tempos de necessidade imediata.
Tentei não ofender!Gostos são gostos e isto são apenas opiniões e estas são como umbigos...toda a gente tem um...uns maiores que outros.
Conclusão: é tudo a mesma cena. Sei bem que vais responder que esta é a tua casa (obvio).
Polémicas são sempre interessantes...não é verdade?
caro mrkr,
não se apoquente, pois não me ofendeu absolutamente nada.
Um blogue também serve para isto, para a fazer "conversa de café". Ou não?
Apelidar os Union Of Knives de "vulgares" (porquê? por não fazerem dubstep?) parece-me no minimo tão absurdo como alguém considerar o disco dos Kode9 uma "obra-prima". Mas, tudo bem, cada um tem os seus gostos e opiniões que é preciso respeitar. De qualquer das formas a Pop é isso mesmo, "vulgar". Sempre foi. E uma vez que eu gosto de Pop, a expressão "vulgar" não me ofende. Bem pelo contrário.
"sem paciência-extremamente vivida nesta coisa de ouvir discos" - exacto, acertou. E como tal, com pouca ou nenhuma pachorra para embarcar em hypes inflamados que não resultam em nada. Ao contrário de outros hypes inflamados que vi nascer e morrer (acid-house, jungle, drum'n'bass, trip-hop...), quase que apostaria que o dubstep não vai resultar em nada. Vai ser mais uma daquelas modinhas passageiras que depois de amanhã já toda a gente esqueceu, pois nessa altura os "cata-ventos" habituais já terão seguido para a próxima modinha. Mas enfim...cada um está no direito de gostar do que bem entender. Até mesmo do Rui Veloso...Como sempre, o tempo dirá de sua justiça.
Só para concluir, pois já se faz tarde, por favor, não compare os Kode9 aos Joy Division. Pode ser? É que retira logo a credibilidade a qualquer conversa. Cheers!
Caro Anónimo,
não tenho por hábito responder a comentários de anónimos, principalemnte quando estes não têm pés nem cabeça. Como tal, não vou fazê-lo. Cheers!
P.S. - Se tiver algum disco dos UNION OF KNIVES para me vender a €5, epá, diga qualquer coisinha, que eu compro-o logo. Nem precisa de ir à Carbono...Combinado?
Eu não comparei Kode 9 a Joy Division.. mas pq é que comparar dubstep a Joy Division me retira credibilidade?São ambos fenómenos. Ambos justificados. Ambos destruidores de formatos. Ambos influenciados pelo dub, logo ambos incrivelmente cavernosos e com uma espacialidade sónica previlegiada, mas eu n sou ninguém para forçar alguém a pensar nas coisas nestes termos.
Já essa negação compulsiva do dubstep é que pode retirar credibilidade a um suposto "music lover".
Eleger musicas e artistas apenas porque pertencem a um certo género não é menos "fechado" que negar géneros.E esta ideia deveria ser hoje nada mais que senso comum.
Quanto aos outros não sei. Eu na verdade quero lá saber que o dusbstep morra.. eu n gosto de dubstep.. gosto de skream e burial e kode9 e Loefah.. e sei que mtos deles vão mostrar que fazem música e não "dubstep". O big beat morreu e eu até hoje adoro Chemical bros.Que morra.. aí se vê os que saiem do género com graciosidade.
Cheers caros e bastante respeitados nautas(sim.. desse respeito vem a vontade de trocar ideias.. e de cá voltar)
Hello (again) caro mrkr
"Eu não comparei Kode 9 a Joy Division" - Não? Pois...OK, fiquei com essa ideia. Já estava com algum sono quando li o seu comentário, talvez não o tenha interpretado correctamente. As minhas desculpas...
Porque é que eu acho que nao se pode comparar os kode9 com a banda de Ian Curtis? Mas isso precisa ser explicado? A resposta não é óbvia? Basta olhar para o legado dos Joy Division, das bandas que influenciaram, dos caminhos que exploraram, das barreiras que quebraram...Mas, será que se pode dizer o mesmo de Kode9? Não que isso seja muito importante, mas será que alguma vez se vai poder dizer o mesmo dos Kode9? Ainda lhes falta comer algum pãozinho, ou não?
Quanto à suposta influência do dub na música dos Joy division, parece-me que está a exagerar um pouco, ou não? É verdade que nas gravações do "Unknown Pleasures" o Martin Hannet utilizou algumas técnicas de produção inspiradas no dub, mas daí até dizer que o resultado final, a música do grupo, deve imenso ao dub parece-me, no minimo, um exagero. Mas, tudo bem, você defede que sim, eu também não sou ninguém para forçar quem quer que seja a pensar nestes termos.
Caro mrkr, ao contrário do possa pensar, não existe da minha parte nenhuma negação compulsiva relativamente ao dubstep. Nada disso. Para negações compulsivas crónicas já me bastam géneros como o heavy-metal e derivados. e até nesses quadrantes há coisas meritórias que merecem ser escutadas. Até porque se reparar com atenção, em nenhum momento escrevo que o disco doe Kode9 é mau. Apenas afirmo que não é tão bom como o pintam. Tem 2 ou 3 coisinhas muito boas e interessantes. Da mesma forma que também em nenhum momento afirmo que o álbum dos Union Of Knives é uma obra-prima. Até porque não é! Estamos esclarecidos neste aspecto? por favor, não confundir as coisas.
O que me causa alguma confusão é esta recente euforia "dubspetiana" que me parece demasiado empolada. Só isso. E para estes hypes balofos, sinceramente, já estou velho. A idade fez-me um céptico em relação a esse tipo de "manobras". Um dia destes é provável que lhe aconteça o mesmo e depois vai perceber o que quero dizer.
Abraços. Volte sempre.
Quando tu achas que o hype à volta do dubstep não faz sentido e que daqui a uns anos ninguém vai querer saber, pois olha eu posso pensar o mesmo em relação ao hype das bandas de pós-punk que aí houve, e depois? São opiniões, ninguém merece mais ou menos crédito por causa disso. E não percebo essa tendência de pensar sempre se no futuro vai ser falado, se vou gostar, se vai ter importância, se influencia, para quê? Não importa o que sentes agora? Eu estou-me mesmo a lixar se vou ou não gostar do que oiço actualmente no futuro, se vão ou não ser importantes, o que interessa é que agora gosto e muito, amanhã não sei, não advinho o futuro, felizmente.
hello!Paulo
Por acaso estou a gostar bastante de kode9, tens que ouvir isso melhor! Não entendo tanto negativismo da tua parte.
Até Sexta 15 e um abraço.
Na minha visão muito pessoal, e logo potencialmente rejeitável ou não, o dub é um método.. e não um estilo.
Não ficava chocado de ler nalgum lado que Joy Division tivessem sido Dub punk assim como King Tubby é dub reggae e como Sabres of paradise foram dub-uma-data-de-coisas.
dub para mim é simplesmente despir (ou não vestir demasiado) e brincar com a espacialidade.. e aceito que não aceitem esta visão claro.
Até diria que os Joy Division segundo me parece (não tenho idade para os ter acompanhado como sabes) foram das 1ºas situações em que se romantizou o dub, em que o dub serviu como um background perfeito para uma temática quase invernal.
Eles usaram sim mt o dub no seu punk.. e usaram-no para recriar o nevoeiro poético que os envolvia.
E se foi culpa do produtor n sei nem quero saber.. o dub sempre foi culpa do produtor.
;)
peço desculpa pela teimosia.. but i think I have a case here!
Spaceboy,
acreditas mesmos que daqui a uns anos vai haver mais gente a lembrar-se do Kode9 do que, por exemplo, de uns Interpol, Bloc Party, Franz Ferdinand e afins? Não sou futurologista nem tenho nenhuma bola de cristal, mas...não me parece.
Quem é que hoje se lembra, por exemplo, do Alex Reece, do Adam F, ou aquela malta toda da Metalheadz, incluindo o próprio Goldie? Quem? quantos? Pois...Portanto, não vás por aí...
Já o disse antes, mas vou repeti-lo para que não restem dúvidas: defendo que a música deve ser ouvida sem preconceitos nem constrangimentos de
qualquer espécie. Nesse sentido, sim, acho que não tens de te preocupar se
aquilo que ouves hoje te vai dizer alguma coisa no futuro. Agora, há aí outra perspectiva que também é válida e merece ser considerada: quando pago 15, 17 ou 20 Euros por um
disco (sim, porque eu ainda compro discos...), penso sempre se ainda vou
querer ouvir esse disco daqui a 15 dias, depois dos "hypes" terem passado. Percebes? Eu sei que para a "geração mp3" essa questão será, porventura, acessória, mas para mim não é. Até porque os discos estão caros e o dinheiro faz-me falta. Agora, cada um gasta o seu dinheiro como bem lhe apetecer.
Por outro lado, faz-me uma tremenda confusão aclamarem-se certos discos
como obras-primas quando muitas das vezes ainda nem chegaram às
prateleiras das lojas. Pelo desculpa, mas para mim, um disco para ser considerado
obra-prima tem resistir ao teste do tempo. E, nesta matéria, não cedo um milimetro. Isto não significa que álbuns considerados obras-primas na altura em que chegam às lojas não o sejam 15 ou 20 anos depois. Veja-se o caso de um "Blues Lines" ou um "OK Computer"...Agora, caro amigo, se um disco não resiste ao teste do tempo (independentemente de soar "datado" ou não, isso é irrelevante...) é porque afinal não era assim tão bom.
Mas, enfim, deixa passar mais uns anitos e vais ficar espantado como a tua forma de pensar em relação a este assunto vai mudar drasticamente. E não
pretendo, com estas palavras, estar a ser paternalista ou algo do género. Afirmo
isto baseado no comportamento e evolução de todas as pessoas qie conheço com mais de 25 anos. Todas elas pensavam como tu e hoje pensam como...eu. Eu prórpio, pensava como tu. Portanto, dá-lhe tempo, amigo. E não leves as coisas tanto a peito. Cheers!
mrkr,
está desculpada a teimosia, até porque gosto de gente teimosa, ou não fosse
eu também um teimoso do caraças.
Concordo contigo quando afirmas que o dub é mais um método do que um
estilo. E, à luz dessa visão, sim, admito que o dub, como método, poderá ter influenciado a música dos Joy Division. Mas, só mesmo a esse nível é que admito essa influência. Agora, lá porque o Martin Hannet utilzou esse método nas gravações do primeiro disco da banda, tal não significa que o resultado final esteja impregnado de elementos sonoros que se distingam como sendo caracteristicos do dub. Mas, tudo bem, compreendo a tua perspectiva e não posso dizer que discordo dela. Mas, pronto, isto é mera "conversa de café", vale o que vale...
Em todo o caso, e penso que concordarás comigo, penso que o encontro do punk com o dub é muito mais visível em bandas como os Clash ou os PIL e não tanto nos Joy Division.
Amigo Rai,
se eu mentisse e dissesse que sim, que o disco do Kode9 é uma obra-prima, a
melhor coisa que ouvi na vida, estaria a ser menos negativista? Exprimir
opiniões desalinhadas, apesar de honestas, é sinónimo de negativismo?
Porquê? Não compreendo...
Já ouvi o disco vezes mais que suficientes para afirmar com toda a segurança que este está longe, muito longe mesmo, de ser a obra-prima que muitos defendem (inclusivamente gente cuja opinião eu muito respeito e considero).
É apenas um disco simpático que tem dois ou três temas acima da média,
nomeadamente o "Victims", que é de facto um tema brutal. Pena o resto do
disco não estar todo a este nível.
Abraços a todos. Voltem sempre.
Também não acho que o disco de Kode 9 & The Spaceape seja uma obra-prima, nem nada que se pareça, mas admito que fiquei rendido (e de que maneira) à dupla no concerto de sábado, no festival Roots & Routes. Até ia desconfiado, mas foi impossível não aderir... ao vivo. Em disco, continuo a achar que o resultado está muitos furos abaixo.
E sim, muito provavelmente o dubstep será tão passageiro como o trip-hop ou o jungle (ou a moda pós-punk, em que até o Galopim já acusa esgotamento), o que não invalida que dois ou três nomes continuem interessantes daqui a uns anos.
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