"HUNTING FOR WITCHES" é o novo single dos BLOC PARTY, o terceiro retirado do desequilibrado "A Weekend In The City". Curiosamente, sempre foi um dos meus temas preferidos do disco. É uma boa escolha para single. Fiquem com o vídeo.
[OFF-TOPIC]: Segundo a imprensa diária, a FNAC assinala hoje o Dia Europeu da Música com uma série de debates sobre o mercado discográfico português, onde participam editores, jornalistas e músicos. Uma iniciativa interessante, sem dúvida. Mas, trará algo de novo a esta discussão? Dir-se-á algo que ainda não se saiba? E porque razão os consumidores comuns não foram convidados a participar no debate? A opinião de quem sustenta esta indústria não conta para nada? E, já agora, porque motivo também não foi convidado a participar ninguém ligado à estrutura da Fnac? Teria curiosidade em ouvir a sua explicação para os elevados preços praticados pela multinacional e porque razão CDs que são comprados a algumas editoras por 7, 8 Euros são posteriormente colocados à venda a 17 e 18 Euros. Será que alguém vai ter coragem de trazer a lume estas questões, as que verdadeiramente interessam a quem compra música? Posso estar enganado, mas duvido. No fundo, esta nobre acção da Fnac é apenas a indústria, uma vez mais, a olhar para o seu próprio umbigo.
12 comments:
Os Bloc Party são a minha banda de eleição da actualidade. Em relação ao segundo álbum, que a crítica em Portugal encarregou-se de deitar abaixo apelidando-o de preguiçoso, considero-o no mínimo ao mesmo nível do anterior! Pelo que li na imprensa lá de fora, as críticas foram bem mais favoráveis. Mas isto de críticas tem muito que se lhe diga, podendo afectar a imagem de um álbum. Mas penso que a energia dos Bloc Party é suficientemente grande para continuarem a sua carreira, feita de passos seguros. O Coliseu esteve ao rubro e quem lá esteve apercebeu-se da fibra de que os Bloc Party são feitos. A Weekend in the City é um álbum que retrata bem o desânimo da vida urbana. Muito em sintonia com os tempos que correm: a insegurança profissional, a insatisfação pessoal, o pessimismo em relação ao futuro e as formas de escape que daí resultam. As pessoas estão fartas da vida do dia a dia mas, não conseguem, ou não podem deixá-la. A própria sociedade é prisão e escape, uma teia da qual não conseguem libertar-se. Em relação a Hunting for Witches, só posso dizer que adoro esta música!:)
O tema dos Bloc é dos melhores do disco. Se não o melhor.
A batida é fenomenal. Os DD não precisavam do Timbaland pra lhes fazer ritmos. O Roger que ponha os olhos neste gajo. Outro grande baterista é o dos Mute Math. Formidavel.
Como ex-funcionário do departamento de discos da Fnas, Astro, digo-te que os discos (ou seja, todos os que não fazem parte de campanhas) tem de ter no MÍNIMO 21% de margem de lucro para eles.
É por estas e por outras que cada vez é mais difícil comprar boa música.
E se adicionarmos a isto que eu compro bastante vinil, torna-se mais complicado ainda.
Sei bem que foi uma extravagância da minha parte, mas há poucos mese paguei quase 30€ pelo OK Computer em vinil, quando o cd custa 9€ ou algo que o valha...
Ah, em relação aos Bloc Party, eles não são, nem nunca foram, o suprasumo da música feita actualmente... são perfeitamente capazes de entreter, é certo, e esta música é excelente prova disso.
BV, desculpa, mas fico com a sensação que fazer um albúm que retrate "o desânimo da vida urbana" e todas as coisas que descreves, após o OK Computer se torna um pouco redundante...
:D
Engraçado que quando a Fnac surgiu no nosso mercado nacional, todos ficaram fascinados com a tamanha oferta e preços praticados por esta e rapidamente contribuiram em massa, em conjunto com a Fnac, para o desaparecimento da concorrência como a Virgin e a Valentim. Agora queixam-se? A Fnac até emitiu uma ordem de aumento de preços no dia posterior ao fecho da Virgin...que coincidência não é?
A indústria está minada, é certo, mas também ajudàmos à falta de opção de compra em lojas físicas entre nós.
Como ex-funcionária das 3 lojas, também me recordo de as editoras venderem a unidade (na altura) entre 2300$ e 2800$ às lojas, posteriormente entre 10 e 14 euros, exceptuando os "grandes lançamentos" que tinham um desconto amigável por serem adquiridos em grandes quantidades, deixando bandas mais independentes, compradas em pequenos números, a preço de "inimigo"
As editoras vão desaparecer, e não há volta a dar. Discos vão sempre existir, seja em que formato for, possivelmente por labels pequenos e independentes ou directamente com bandas via net.
Quanto à pirataria essa começa nas próprias editoras e comunicação social...portanto...limpo as minhas mãos,pois o numero de música original lá por causa não pára de aumentar.
bv,
não é por este 2º disco estar alguns furos abaixo do 1º (na minha opinião, é claro...) que deixei de gostar dos Bloc Party. Constinuo a achar que são uma grande banda e a esperar grandes coisas vindas deles. Que isso fique registado. Cheers!
ad astra e myself,
em tempos, também eu trabalhei numa loja de discos (bem importante, diga-se) e sei perfeitamente qual a percentagem de lucro das lojas e a sua implicação no preço final dos discos. E esse é um dos grandes "cancros" da indústria musical nos tempos que correm. Esses tipos são incapazes de abdicar da sua gorda margem de lucro, excepto, é claro, quando certos discos não se vendem e ficam a ocupar espaço nos armazéns.
No caso especifico da FNAC, claro que saudei a sua entrada no mercado nacional, que até então também não respirava saúde. A merda era a mesma, mas com menos moscas.
Quando a "mosca" francesa surgiu no pedaço, com um conceito inovador de loja e atendimento ao público (desculpem lá, mas gosto de passear pelas lojas Fnac...), todos julgamos que seria a nossa salvação. Quem não julgou? Lembram-se dos preços que eram praticados pela VC e pela Virgin? Pois...O problema da Fnac foi que depois de derrotar a concorrência (que era muito pobre, convém dizê-lo) ficou com o monopólio do mercado e, consequentemente, numa posição em que dita leis. Quem perdeu? Os consumidores, é claro! Basicamente, hoje em dia, a Fnac compra os discos que quer e vende-os ao preço que bem entende. As editoras, sem grandes alternativas para escoar o seu produto, têm de se sujeitar às regras do jogo impostas pela Fnac. Caso contrário, estão lixadas! E esta é a realidade crúa e dura! Por isso é que acho uma tremenda piada e hipócrisia quando a Fnac organiza este tipo de debates, limpando as suas mãos de toda esta situação, como se eles, coitadinhos, nada tivessem a ver com esta "crise". E isso, meus caros, ninguém se atreve a dizer em voz alta! Todos se vergam ao poder da Fnac, pois todos acham que precisam dela. Será que precisam? Tenho as minhas dúvidas...
Sincreamente, quero que a Fnac se lixe! Daqui a uns anitos o seu negócio será pronto-a-vestir, computadores, LCDs, livros e jogos. Quem quiser música terá de ir procurá-la a outros lados. Algo que eu já faço, embora de vez em quanto, quando o preço é convidativo, também faça algumas compras na Fnac (cada vez menos, é verdade!). Não vou ser hipócrita e dizer que não o faço. Que alternativas me restam?
Cheers!
ad astra,
Comparar álbuns com alguns anos de diferença é a mesma coisa que comparar o futebol jogado hoje com o futebol jogado à 10 ou 20 anos atrás! O mesmo que dizer se Maradona foi, ou não, melhor jogador que Pelé! É claro que A Wekend in the City não é o suprasumo dos álbuns nem os Bloc Party o suprasumo das bandas. Mas não significa que daqui a alguns anos não venham a ser uma banda de referência... só o tempo o dirá! O que os Bloc Party significam para mim não os faz nem melhor nem pior que tantas outras bandas... valem o que valem! Em relação a OK Computer é sem dúvida um dos melhores álbuns dos anos 90 e continuo a ouvi-lo nos dias de hoje. Mas o enquadramento dos Bloc Party no panorama musical actual diz-me muito mais em comparação com o que se ouvia no tempo em que foi editado OK Computer!
A Fnac é uma boa loja de música, penso que nisso estamos todos de acordo. Sem Fnac, isto seria um deserto. Em lisboa ainda temos a Carbono e outras lojas do género, mas por exemplo na margem sul (onde resido, mais propriamente no Seixal), não há mesmo alternativa - não existem lojas de música. O que existe, é simplesmente irrelevante.
Quanto aos preços praticados pela Fnac não posso concordar inteiramente, pois ainda é possível comprar muitos e bons discos por apenas 7,8 ou 9 euros. Para além disso, não estou muito certo de que os discos vendidos a 17/18 euros tenham sido comprados pela Fnac a 8 euros, nesse caso, os que se encontram em promoção teriam sido oferecidos pela editora, o que não me parece.
É óbvio que mesmo a Fnac pratica preços exorbitantes quando falamos de música alternativa (só para dar um exemplo). Continuo sem perceber porque razão todos os discos da discografia dos Beatles se encontra a mais de 20 euros!
Há que saber onde e como comprar, isto é, há coisas que se devem aproveitar na Fnac, outras que se devem comprar noutro sítio qualquer.
Quanto ao IVA, já nem posso ouvir falar disso pois considero que não passa de uma fachada da parte das lojas e das editoras. Não será com a redução do imposto que se vai vender mais discos. Isto é tão certo como nós estarmos aqui a discutir isto.
querercoisasimpossíveis, caro amigo conterrâneo,
permite-me discordar de ti: a Fnac foi uma boa loja de música, nos tempos em que quase todos os títulos que saiam lá fora acabavam por chegar às suas prateleiras, nem que fosse via importação.
Hoje, a Fnac é uma sombra do que foi. Quantas dezenas de discos queres que te dê como exemplo? Dou-te apenas um: onde estão as edições especiais remasterziadas dos álbuns "Black Celebration" e "Contruction Times Again", dos Depeche Mode, que sairam em Inglaterra no final de Março?
Atenção que te estou a falar de uns Depeche Mode. Nem entro em coisas mais "obscuras" ...Noutros tempos, seria impensável não encontrar estes discos à venda no mercado nacional.
Mas, enfim...quem, como eu, já entrou numa loja Fnac em Madrid, Barcelona ou Paris, sabe que aquilo que temos são amostras de lojas,que não satisfazem as exigências de qualquer melómano! Por isso é que cada vez mais se recorre ás lojas online internacionais.
Meu caro, se não existissem as lojas Fnac, existiriam outras como sempre existiram. Provevelmente, terias uma Valentim de Carvalho no Fórum Almada, como em tempos houve uma no Colombo.
Claro que hoje, pelas razões que referi em comentário anterior, não existem alternativas às lojas Fnac. Logo, sempre são melhor que nada, certo?
É verdade que ainda é possível comprar alguns bons discos a 7 ou 8 Euros nas Fnacs, principalmente quando editoras como a PopStock fazem campanhas onde colocam á venda por metade do preço quase todo o catálogo da 4AD e da Beggards. Atenção que esta promoção foi iniciativa da editora/distribuidora e não da Fnac.
Esta mesma regra se aplica à maioria das promoções que vês à venda nas Fnacs. A mim, basta-me olhar para as prateleiras das promoções para perceber imediatamente quais as que editoras estão a vender "saldos" e porque o estão a fazer. Quando se trabalha há mais de uma década neste meio/indústria, estas coisas topam-se à distância, meu caro.
Quando afirmo que há NOVOS lançamentos que saem das editoras a 8/9 Euros e são colocados à venda pela Fnac a 16/17/18 Euros, não estou a atirar para o ar. Estou a falar do que sei, baseado em em factos concretos que conheço. Com algumas editoras, é exactamente o que se passa.
Conclusão: a Fnac tem muitas responsabilidades no actual estado da indústria discográfica neste país. E quem achar o contrário, anda enganado!
Abraços
Caro astronauta, não foi minha intenção fazer de advogado do diabo. Sei bem das lacunas e limitações da nossa Fnac (já me mandaram cds do Brasil, comprados nas Fnacs de lá, porque nas Fnacs portuguesas não existem). Só peço que ainda assim se dê algum valor ao pouco que temos - sem precisarmos de nos conformar - pois não concordo quando dizes que haveria outras lojas no lugar da Fnac. A Valentim de Carvalho, nos seus melhores dias era pior do que a Fnac é hoje, e isto já para não falar especificamente aqui da nossa terrinha à beira de Lisboa plantada, onde nunca houve nada e continua a não haver.
Quanto às lojas online, repara que esse tipo de loja ainda não é acessível para todos e para além disso, ainda há muita gente (como eu) que gosta de comprar à "antiguinha", ou seja, ter os discos nas mãos, ver e rever as respectivas capas e track lists em vez de ver fotografias nos sites, mas isto, se calhar, já são manias.
Abraço.
querercoisasimpossíveis,
compreendo o teu ponto de vista, é de facto melhor a Fnac do que nada. Também eu gosto de passear entre os discos, vasculhar nas prateleiras à procura de alguma "raridade", essa a razão porque ainda visito as Fnacs.
Agora, o catálogo das lojas é muito pobre, mesmo quando comparado com as suas congéneres estrangeiras. Principalmente no que toca ao fundo de catálogo. Limita-se a vender o "óbvio", aquilo que as editoras cá editam e pouco mais...Tenho uma lista de 20 discos que gostaria de adquirir e que não encontro à venda na Fnac. E nem se trata de coisas muito "obscuras"...
Sejamos realistas, a solução são mesmo as lojas online, como a Amazon. Os discos chegam-me por vezes a metade do preço e em óptimo estado. Na Fnac apenas compro o "óbvio" e quando o preço é convidativo. O que raramente acontece...
Abraços
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