Vídeo-Post | U2 "CEDARS OF LEBANON" + "MOMENT OF SURRENDER"


Sim, bem sei que (já) não é "cool" gostar dos U2, mas...sabem que mais? Estou-me nas tintas para o que é "cool" ou deixa de ser. Os U2 continuam a ser uma das minhas bandas de eleição e enquanto assim for, terão presença garantida no Planeta Pop.
Mas, desde quando deixou ser "cool" gostar dos U2, em tempos, uma das bandas mais aclamadas e respeitadas do globo? Para alguns, o ponto de viragem ocorreu em 1997, ano em que saiu "POP", o último disco dos irlandeses a cair nas boas graças da crítica. Desde então, o grupo não voltou a editar outro disco que conquistasse, ao mesmo tempo, público e críticos. Pelo meio, ainda tivemos que gramar com o ego insuflado e as pretensões messiânicas de Bono, que parece mais empenhado na salvação da humanidade (como se humanidade realmente quisesse ser salva) do que em ser apenas o vocalista de uma banda rock. Toda esta sobre-exposição mediática e todo este activismo social e político do cantor tem prejudicado a imagem de uma banda que durante muito tempo viveu nas margens do "mainstream" e longe dos poderes de decisão. Bono deixou de ser "Vox", começou a usar óculos de marca e anéis de diamantes e a andar de braço dado com políticos e homens de negócios. A música do grupo acabou por ressentir-se das actividades extra-curriculares do seu vocalista.
Na última década, os U2 transformaram-se naquilo que os Rolling Stones têm sido desde meados dos anos 80: uma banda preguiçosa e conformada, refém do seu público e do seu próprio sucesso. Mas, acima de tudo, numa gigantesca máquina de fazer dinheiro. Tudo isso seria perdoável aos olhos de um velho fã, como eu, caso os últimos discos da banda tivessem mantido a bitola de álbuns como "Zoopora" ou mesmo "Pop" (e já nem vou mais atrás, para que não me acusem de pedir o impossível). O que não aconteceu. Salvo raras excepções, a música do grupo tornou-se enfadonha, certinha e previsível. E são duas dessas raras excepções que vos quero mostrar em baixo. Ambas pertencem ao mais recente "NO LINE ON THE HORIZON", na minha opinião, ainda o melhor disco que os U2 editaram na última década. Um dia, a história há-de fazer-lhe justiça. "CEDARS OF LEBANON" e "MOMENTS OF SURRENDER" são dois dos temas que ainda me fazem acreditar no futuro artístico da banda irlandesa. Não inventam nada, não revolucionam o que quer que seja (nem é suposto fazê-lo), mas tocam-me no "nervo". E, por acréscimo, fazem os Coldplay parecer um reles grupo de baile...
| Vídeo de uma simplicidade e beleza desarmantes. Dirigido por esse géniozinho holandês chamado ANTON CORBIJN. Casa bem com a letra e o ambiente da canção.
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| Belíssimo vídeo feito por um fã da banda. A versão áudio é também diferente do original. Bom trabalho.